Escritórios de contabilidade e departamentos contábeis de empresas do Rio Grande se preparam para importantes mudanças em 2022. As principais são a redução da alíquota geral do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17,5% para 17% e de 30% para 25% para os setores de energia, combustíveis e telecomunicações.
As alterações impactarão diretamente o comércio do Estado. Empresas do segmento terão redução no custo de seus produtos, o que contribuirá para o aumento de competitividade e para fomentar o consumo. Apesar de positivas, as mudanças demandam muita atenção dos profissionais da contabilidade.
Parte importante da gestão financeira e fiscal do comércio é manter seu cadastro de produtos atualizado em relação à tributação, para que as notas fiscais sejam emitidas com valores dos impostos corretos, evitando problemas com o fisco. Analisar mudanças na legislação, readequar a base de cálculo de centenas de produto e medir o impacto das novas alíquotas nas margens requerem tempo, atenção e investimento. A boa notícia é que contadores e empresas contam com uma aliada nesta jornada: a tecnologia.
Ferramentas têm ajudado a descomplicar a legislação tributária e acelerar os processos contábeis por meio da automação. Softwares, plataformas e aplicativos da área fiscal já utilizam a Inteligência Artificial (IA) para mapear mudanças na legislação tributária de diferentes Estados e atualizar suas bases de dados, garantindo agilidade nas respostas às alterações fiscais. E não são poucas as mudanças: segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em média 37 normas tributárias são atualizadas por dia no país.
No caso das alterações no ICMS gaúcho, a tecnologia pode reduzir em até 96% o tempo dedicado a recalcular os gastos com a Substituição Tributária (ST), segmento de atuação da Tributei e que costuma ser uma etapa complexa do trabalho do contador. Além disso, ferramentas digitais podem ajudar a automatizar processos que hoje são feitos manualmente na maior parte das empresas. Em muitos casos, as organizações gastam dias para dar conta de todas as notas fiscais e geração de guias de recolhimento. Isso leva a um aumento em seus custos de produção e, em consequência, corrói a competitividade.
O método manual perde o sentido diante de tantas oportunidades de transformação digital. Com sistemas que possuem a legislação parametrizada e tecnologia de robotização, o empreendedor, com apenas poucos cliques, consegue executar cálculos e recolhimento de forma automática, garantindo mais agilidade e redução de erros que acarretam em multas do fisco.
Ou seja, a oportunidade de trazer mais tecnologia para escritórios e setores contábeis traz ganho duplo: uma adequação mais rápida e precisa às novas alíquotas do Rio Grande do Sul e também agilidade permanente nos cálculos e na emissão de guias de recolhimento. Deixar esta oportunidade passar é assumir um risco desnecessário ao negócio.
Fonte: Jornal do Comércio 22/12/2021